escola de sargentos

Santa Maria à espera do 'sim' da ESA

Maurício Araujo

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Exército, divulgação

Na história recente de Santa Maria, dá para demarcar o biênio de 2020/2021 como sendo um marco na linha do tempo do município: a união entre poder público e a sociedade em torno de um objetivo, a vinda da Escola de Sargentos das Armas (ESA). Desta forma, nessa profusão de esforços e de engajamento, a única representante gaúcha na busca pela unidade militar soube montar uma rede de apoio ao envolver classe política, empresariado e militares da mais alta patente para reforçar o entendimento de que Santa Maria tem todas as credenciais técnicas para ser contemplada com o investimento de R$ 1,2 bilhão. Porém, tudo isso será, hoje, colocado à prova, quando o comandante do Exército Brasileiro (EB), o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, fará a última visita técnica ao município antes do anúncio oficial do novo endereço da ESA, que está previsto para ocorrer no próximo mês.

Na reta final, comando do Exército diz estar impressionado com Santa Maria

A exemplo de quando se vai receber a visita de quem se gosta, o cuidado acaba por nortear e pautar as nossas ações. E foi assim que Santa Maria, nas últimas semanas, estampou pelas ruas com outdoors, banners, adesivos e bandeiras um recado bem direto e sincero em uma linguagem, aliás, muito próxima a dos militares, a da objetividade. A mensagem, que é clara e verdadeira, está estampada em mais de 10 mil veículos e diz: "Nova Escola de Sargentos seja bem-vinda: vamos te receber com amor e cuidar da família militar".

ENLACE FINAL

A vocação militar, além de histórica, é secular. Ainda no século 19, o primeiro contingente de militares fixou acampamento onde hoje é a Praça Saldanha Marinho. Aliás, a via é a gênese e o DNA do que é a cidade. Depois, em 1908, foi erguido o embrião da 3ª Divisão do Exército (3ª DE). A partir dali, a construção de regimentos mudou a configuração urbana, social e econômica de Santa Maria. Agora, com a ESA, um novo ciclo pode se abrir. Isso porque, além dos 40 prédios que deverão ser erguidos em até cinco anos, é aguardada a injeção de R$ 250 milhões por ano com salários. A ESA elevaria a vocação militar do município a novos patamares.

No front pela escola, mobilização local ganhou aliados

Neste ano, Santa Maria intensificou a mobilização para ser a escolhida pelo Comando Militar. Esse caminho, que busca levar Santa Maria a uma fase de mais inovação e de desenvolvimento, passa pela combinação de união dos executivos estadual e municipal, Câmara de Vereadores e Assembleia Legislativa. A iniciativa privada também abraçou a pauta e o empresariado entrou na luta e fortaleceu o front. Outro carro-chefe do município, o polo educacional, colocou o capital intelectual para mostrar que aqui os militares terão ensino qualificado.  

Lideranças políticas e empresariais falam em consonância que os santa-marienses entraram nas trincheiras para batalhar pela ESA, que formará 2,2 mil alunos. Nessa demonstração de apoio, veículos circulam adesivados com o movimento pró-escola. Nas ruas, há ônibus de transporte coletivo e intermunicipais com banners, bem como outdoors espalhados em pontos estratégicos. 

A estratégia e a condução levam ao óbvio: a ESA vem para Santa Maria

A comunidade, em todos os seus segmentos e diversidade, entrou neste casamento, pois também entende que Santa Maria está pronta para o momento do "sim".

Para hoje, quando o comandante do EB, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, fizer a primeira visita à guarnição de Santa Maria, e a última antes do anúncio oficial, ele será recepcionado com uma demonstração de força militar. Dezenas de viaturas e blindados, além dos homens e mulheres que integram o Exército, participarão das honrarias de recepção ao "número 1" da instituição.

O importante e agregador reconhecimento de quem entende

Com mais de 9,5 mil homens e mulheres, bem como suas famílias, distribuídos em 22 organizações militares, a família militar já está enraizada na cultura local. Em um dos principais centros militares do país, e, até mesmo, da América do Sul, o Diário conversou com quem já passou pelo Rio Grande do Sul e também por aqui. O atual comandante da 3ª DE, o general Hertz Pires Machado, entende que a mobilização da população pode ser decisiva nesse processo:

_ A mobilização foi feita por todos. Santa Maria tem plenas condições e está pronta.

Mobilização pela vinda da ESA também é estratégica

O general Sérgio Etchegoyen, que esteve à frente da 3ª DE de 2011 a 2013, vai além: nenhuma outra cidade do Brasil tem tanto potencial quanto Santa Maria.

_ Na América do Sul, não tem cidade parecida com Santa Maria. Nenhuma outra cidade do Brasil se preparou, ao longo dos anos, como Santa Maria _ resume.

"COMPLETA"

O general Adriano Pereira Júnior, que comandou a 3ª DE entre 2007 e 2008, reitera que "a cidade é completa e referência militar". 

_ Santa Maria é completa e, em resumo, tem todos os requisitos e condições para receber a ESA.

Em visita a Santa Maria no mês passado, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, também afirmou que Santa Maria tem o seu "voto" para receber a escola.

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